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Para hotéis de médio porte, BNDES não funciona

 

Por Alberto Komatsu e Paola Moura | De São Paulo e do Rio

 

 

André Monegaglia, presidente da Allia Hotels: "Além da garantia real, o BNDES quer que o acionista dê o seu aval pessoal. Todo o patrimônio fica em risco"


Redes de hotéis de pequeno e médio porte que buscam recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reclamam de burocracia excessiva, demora na liberação dos recursos e prazos curtos para amortização.
"Se você tem paciência, condições de investir tempo e recursos na preparação do projeto, mais as garantias, os recursos acabam saindo, mas conheço muitos empresários que desistem no meio do caminho ", afirma o presidente do Grupo Serson, Julio Serson, controlador da rede Vila Rica Hotéis, com sete empreendimentos no Brasil.
Uma fonte do setor, que pediu para não ser identificada, conta que há casos em que o BNDES pede a licença ambiental até para projetos previstos em áreas urbanas, onde não há necessidade de intervir em alguma área verde ou derrubar árvores, por exemplo.
Serson, também vice-presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros (FOHB), afirmou que o BNDES tem consciência da importância do setor hoteleiro, mas as garantias exigidas pela instituição são de 130% do valor do financiamento, uma dificuldade para redes de pequeno porte.
"Entre a entrada no BNDES e a efetiva liberação do recurso, você não consegue fazer isso em menos de 10 a 12 meses", disse Serson. O FOHB reúne 24 redes hoteleiras, com 520 hotéis no total. Ano passado, o faturamento desse grupo foi de R$ 6 bilhões.
Com 28 hotéis no país, a Allia Hotels tem atualmente uma consulta no BNDES para um hotel novo com previsão de investimento de cerca de R$ 50 milhões. Nos próximos dois meses, a rede vai encaminhar mais duas solicitações, somando mais R$ 40 milhões os dois projetos juntos.
"Além da garantia real, o BNDES quer que o acionista daquela empresa que solicita apoio financeiro dê o seu aval pessoal. Todo o patrimônio fica em risco, ou pedem uma fiança bancária", disse o presidente da Allia Hotels, André Monegaglia.
De acordo com o executivo da Allia, há poucas alternativas. " A alternativa é 'condo-hotel'. É por isso que a gente só tem 'condo-hotel' no Brasil", afirmou Monegaglia. "Condo-hotel" é um jargão do setor que define um empreendimento hoteleiro vendido para diversos investidores. Se o projeto tem 100 quartos, poderia atrair, teoricamente, 100 compradores distintos.
"Os hotéis no resto do mundo são mais analisados no conceito de 'project finance': o cassino tem que pagar o jogo, por exemplo. Não interessa muito quem está por trás do casino", disse Monegaglia. "O BNDES acaba olhando para quem eu sou e não para o projeto. Se preocupa mais com o grupo econômico que está por trás e não avalia se o hotel paga aquele determinado financiamento", acrescentou.
O BNDES, por meio da assessoria de imprensa, informa que, como garantia de pagamento, aceita até o projeto, desde que ele seja viável comercialmente.
Em 2010, o BNDES criou a linha de financiamento batizada de ProCopa Turismo, com dotação de R$ 1 bilhão. O objetivo era aumentar o número de empréstimos a redes hoteleiras e estimular à construção de hotéis devido à realização de grandes eventos no país, como a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, de 2016.
Naquele ano, de 2010, o banco financiou três empreendimentos. Para incentivar o setor, no novo programa a taxa de juros caiu para 0,9% ao ano mais TJLP. Antes, dependendo da linha, o juro variava entre 2,5% e 3%. O prazo também dobrou de seis para 12 anos, podendo chegar a 18, caso o empreendimento receba certificações de sustentabilidade ("greenbuilding") e de eficiência energética.
"Ninguém conseguiu até hoje ampliar o prazo para 18 anos", diz Monegaglia, da rede Allia Hotels.
O BNDES liberou, desde 2010, R$ 745 milhões de empréstimos para 12 empreendimentos no país. Foram beneficiados, entre outros, os grupo Galvan do Espírito Santo, o Vitrine, de Natal, e o Pontes de Recife. Dos total, segundo o banco, sete são de pequeno e médio porte.
Como há ainda em tramitação outros 10 pedidos, num total de R$ 718 bilhões, a linha foi ampliada para R$ 2 bilhões e o prazo para se candidatar ao financiamento, que terminaria no fim de 2012, prorrogado até 30 de junho deste ano.
Segundo o banco, não houve caso de empréstimo negado na linha ProCopa por conta de garantias. Na maioria das vezes, quando um pedido é negado, o problema está na documentação. Empresas não cumprem prazo, ou não entregam o documento a tempo. Se tudo corre bem, diz o banco, o dinheiro é liberado em cerca de 210 dias.

 

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​Apr 1st, 2012

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